A mesa
Vamos falar da mesa
tal como a vejo,
queda à minha frente.
Ao almoço é uma toalha com pratos e copos,
vista ao microscópio
as suas mínimas partículas formam um mundo
compacto, inenarrável.
Esta mesa foi a terra,
um arbusto, uma árvore, um tronco sob o machado;
passou por serras, oficinas, lojas,
antes de ficar agora
queda diante dos meus olhos
num ponto da sua viagem para a infinita destruição.
[Tradução de Manuel de Seabra; Poesia Cubana da Revolução; Editorial Futura, Lisboa, 1975, pp. 179-180]
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