deixei a minha casa
equipado para morrer
mas não morri
saí do café trivial
equipado para morrer
mas não morri
pus-me à espera do eléctrico
equipado para morrer
mas não morri
entrei no meu emprego
equipado para morrer
mas não morri
saí do meu emprego
equipado para morrer
mas não morri
apanhei o autocarro
equipado para morrer
mas não morri
entrei no bar
equipado para morrer
mas não morri
regressei a casa
equipado para morrer
mas não morri
deitei-me na minha cama
equipado para morrer
e não morri
(Golpe d'asa, CLEPUL e GOLPE Edições, Lisboa, novembro, 2011, p. 21).
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